Iniciamos mais um semestre letivo, é o momento de nós professores revisarmos o que deu certo ou não em nossa prática docente.
Participamos de reuniões pedagógicas que parecem ter a intenção de nos entregar uma porção mágica para cada dificuldade, um idealismo perfeito, então nós professores, após a injeção de ânimo, repletos de otimismo e coragem, vamos para a sala de aula como He Man ou She Ra, verdadeiros guerreiros mágicos.
Atitudes assim, com o tempo nos transformam em professores deprimidos e melancólicos, pois nem sempre a porção mágica funciona como deveria, percebemos que somos simplesmente humanos, enxergamos a verdadeira condição de professores na vida de nossos alunos onde não podemos assumir sozinhos a missão de educar-ensinar.
Sabemos que é preciso uma orientação familiar amorosa e dedicada, perguntamos onde está a família do aluno, quem é o responsável que o trouxe a escola e que o acompanha na vida?
A família não visita a escola, ou então diz não ter tempo devido à carga de trabalho e a rotina.
Procuramos o orientador, o supervisor, o diretor, alguém para assumir conosco esta missão. Parece que estamos sozinhos, dividindo com outros professores as carências e dificuldades de alguns alunos, os avanços e sucesso de outros, as cobranças por não ter funcionado a porção mágica.
Nem sempre chegamos ao final do ano com o resultado esperado pela família ausente e pelo sistema encantado, então o professor é cercado por questionamentos as vezes até desrespeitosos, e ainda perguntam por aí por que as faculdades de licenciaturas estão ficando vazias.
Viná Moraes