27 de outubro de 2011

Descoberta Arqueológica

 Uma ossada encontrada na manhã do dia 05 de outubro,  nas escavações da obra de uma sala do prédio antigo da escola Henrique Coutinho, modificou a rotina escolar.
A ossada estava soterrada a mais ou menos 50 centímetro de profundidade, o pedreiro, ao identificar os ossos nas escavações, chamou funcionários da escola e alunos para “juntar o achado" em um saco plástico.
A obra foi interrompida por um tempo até que fossem tomadas as medidas necessárias relacionadas à descoberta. No inicio surgiram dúvidas se os ossos seriam humanos ou de animal.
Em meio aos curiosos que se juntaram no local, observamos os ossos e decidimos levar em um ortopedista da cidade para análise, pois não temos arqueólogos e paleontólogos por aqui. Ao fazer uma observação superficial, o ortopedista não  identificou como sendo ossos humanos.
A polícia já havia sido acionada, então, ao registrar a ocorrência, levaram os ossos para um veterinário analisar. O veterinário fez o laudo identificando como sendo de animal bovino.
Os ossos não estavam fossilizados, um osso enterrado não é a mesma coisa que um fóssil. Para se tornar um fóssil o osso precisa se tornar rocha. As partes orgânicas do osso, como as células sangüíneas, colágeno (uma proteína) e gordura, eventualmente, se decompõem. Mas as partes inorgânicas do osso, ou as partes compostas de minerais como o fosfato de cálcio, têm mais poder de permanência, essas substâncias não apodrecem. Elas permanecem após o desaparecimento dos materiais orgânicos, criando um mineral frágil e poroso no formato do osso original. Isso, porém, não significa que elas não sejam alteradas com o passar dos anos. "O que acontece com os ossos e os dentes é a substituição de um mineral por outro, ao longo do tempo", diz o fisiologista José Carlos de Freitas, da USP. O processo de fossilização demora milênios: no lugar do material original entram os minerais presentes no terreno onde estiver o cadáver.
O terreno onde foi fundada a escola em 1941 era um pasto, utilizado pela população da época para a criação de gado. Porém a questão sobre como  a ossada foi encontrada, enterrada a poucos centímetros do chão, sob o piso de uma sala de aula construída há 70 anos, despertou curiosidade.
Conduzi alguns debates durante as aulas de história no Ensino Médio, algumas hipóteses foram mencionadas pelos alunos para o caso:
1- o animal morreu e foi enterrado em cova rasa;
2- o animal foi morto e desossado no pasto, a cabeça, por não ter sido encontrada, foi levada para ficar exposta em algum toco de cerca, como era de costume na época;
3- o animal morto foi abandonado no pasto e foi soterrado por detritos ao longo do tempo.
A descoberta trouxe-nos de volta o passado. O debate foi muito produtivo, os alunos contaram algumas lendas antigas da cidade, que ouviram de seus pais e avós, também questões relacionadas à história da cidade e da origem da escola foram lembradas, retratando assim a importância da História.

Viná Garcia S. de Moraes
Professora de História e Historiadora

23 de outubro de 2011

Crônica: Aos 121 anos de Iúna.

Iúna completa 121 anos de história em 24 de outubro de 2011. A emancipação de Cachoeiro de Itapemirim aconteceu em 24 de outubro de 1890, a criação do município foi em 11 de novembro de 1890 pelo Decreto nº. 53, e a instalação em 03 de março de 1891 com o nome de Rio Pardo. O nome Iúna foi adotado 53 anos depois, em 1943, e significa “águas pardas” em língua tupi.

Vou recorrer ao passado histórico para meditar aqui sobre o quadro sócio-político e econômico do Brasil em 1890, o ano da emancipação do Rio Pardo.

Em 1890 o Brasil passava pela transição do regime de Monarquia para a República, proclamada em 15 de novembro de 1889. A República Velha, até 1930, caracterizava pela chamada política do café com leite, na alternância do poder de representantes de Minas ou São Paulo, priorizando o modelo agrário exportador. Período este que vigorou o famoso “voto de Cabresto”, o sistema eleitoral era muito frágil e fácil de ser manipulado. Os coronéis compravam votos para seus candidatos ou trocavam votos por bens materiais (pares de sapatos, óculos, alimentos, entre outros). Como o voto era aberto, os coronéis mandavam capangas para os locais de votação, com objetivo de intimidar os eleitores e ganhar votos. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas como currais eleitorais. Também a Política dos Governadores, onde os governadores dos estados e o presidente da República faziam acordos políticos, na base da troca de favores, para governarem de forma tranqüila. Os governadores não faziam oposição ao governo central e ganhavam, em troca deste apoio, liberação de verbas federais. Esta prática foi criada pelo presidente Campos Sales (1898-1902) e fortaleceu o poder dos coronéis em seus estados.

Percebe-se então, a semelhança da política retratada acima com a política enraizada não apenas em Iúna, mas no território nacional. Uma política que somente será banida da realidade brasileira quando as necessidades públicas estiverem no centro de todos os debates e práticas políticas.

Em 1890, tiveram início as discussões para a elaboração da primeira Constituição republicana, que vigoraria durante toda a Primeira República. Após um ano de negociações com os poderes que realmente comandavam o Brasil, a promulgação da constituição brasileira de 1891 aconteceu em 24 de fevereiro de 1891, que criou um conflito permanente, por concentrar o poder no Presidente e, ao mesmo tempo, permitir uma grande autonomia dos Estados. Os principais autores da Constituição da Primeira República foram Prudente de Morais e Rui Barbosa. Esta Constituição foi a primeira da República e a segunda entre as oito Constituições brasileiras.

Os principais pontos da Constituição foram: Abolição das instituições monárquicas; Os senadores deixaram de ter cargo vitalício; Sistema de governo presidencialista; O presidente da República passou a ser o chefe do Poder Executivo; As eleições passaram a ser pelo voto direto, mas continuou a ser a descoberto (não-secreto); Os mandatos tinham duração de quatro anos para o presidente, nove anos para senadores e três anos para deputados federais; Não haveria reeleição de Presidente e vice para o mandato imediatamente seguinte, não havendo impedimentos para um posterior a esse; Os candidatos a voto efetivo seriam escolhidos por homens maiores de 21 anos, à exceção de analfabetos, mendigos, soldados, mulheres e religiosos sujeitos ao voto de obediência; Ao Congresso Nacional cabia o Poder Legislativo, composto pelo Senado e pela Câmara de Deputados; As províncias passaram a ser denominadas estados, com maior autonomia dentro da Federação; Os estados da Federação passaram a ter suas constituições hierarquicamente organizadas em relação à constituição federal; Os presidentes das províncias passaram a ser presidentes dos Estados, eleitos pelo voto direto à semelhança do presidente da República; A Igreja Católica foi desmembrada do Estado Brasileiro, deixando de ser a religião oficial do país.

Também na década de 1890, 184 mil imigrantes chegaram ao Brasil, se dirigindo principalmente ao estado de São Paulo, através do incentivo à política de imigração estrangeira, para substituir a mão de obra escrava. Destes, muitos seguiram também para a região do Caparaó.

Ocorria uma crise econômica no Brasil, a Crise do Encilhamento, que estourou durante o governo provisório de Deodoro da Fonseca (1889-1891), tendo em decorrência se transformado numa crise financeira. Os então respectivos Ministros da Fazenda Visconde de Ouro Preto e Rui Barbosa, sob a justificativa de estimular a industrialização no País, adotaram uma política baseada em créditos livres aos investimentos industriais garantidos por farta emissão monetária. Pelo modo como o processo foi legalmente estruturado e gerenciado, junto com a expansão dos Capitais financeiro e industrial, veio desenfreadas especulação financeira em todos os mercados, forte alta inflacionária e, entre outros efeitos, boicotes de empresas-fantasmas, causados pelo lançamento de ações sem lastro.

As crises econômicas ocorrem constantemente em nossa história, a crise mundial atual, por exemplo, tem reflexos direto em nosso cotidiano

No ano de 1890 foi criado o Ministério da Instrução Pública, Correios e Telégrafos, o primeiro dedicado à educação, no qual foi ministro Benjamin Constant Botelho de Magalhães. Neste Ministério foi criado um regulamento para a Instrução primária e secundária, este viabilizou o crescimento do ensino público e do desenvolvimento das instituições culturais.

Ao se estabelecer a República no Brasil, foi necessário preparar a população para o exercício da cidadania, por meio do voto. Diante de uma população quase toda analfabeta, por um lado a situação dos ex-escravos e de outro, imigrantes que vinham para o país em busca de trabalho. A visão que se tinha naquele momento era a de Democracia, no entanto, era preciso preparar essa população que se encontrava “despreparada” para assumir, de fato seu papel na sociedade. A República, ao buscar instruir a população, deparou-se com péssimas condições para efetivar o seu trabalho, visto que na situação em que se encontrava o país, existia um número muito grande da população ainda analfabeta, e, pouquíssimas escolas ofertando o ensino primário. Outro fato relevante foi a pequena quantidade de professores qualificados existentes para ministrar aulas para uma parcela tão grande de alunos.

Na Reforma e 1890 preocupou-se mais em preparar a população para exercer a sua cidadania, mais do que apenas preparar alunos para ingressar no ensino superior. E, portanto, por meio das disciplinas oferecidas, buscou-se também ensinar conteúdos que englobassem uma formação patriótica, ou seja, formar cidadãos que contribuíssem com a pátria. Por isso, que se explica a existência da disciplina Moral e Cívica em diversos momentos da instrução.

Percebemos na educação sérios conflitos que talvez tenham surgido pela ausência de educação política, temas estes que eram inseridos nas aulas pela disciplina Moral e Cívica. As reformulações sofridas pela educação ao longo do tempo nem sempre tiveram resultados positivos. É só observar a sociedade que vivemos para chegarmos a esta conclusão.

Nos 121 anos em que o Rio Pardo virou Iúna, recebemos a herança sócio-econômica e política do Estado e País que integramos. Como diz o ditado popular: “o cavaco não voa longe do pau”.

Viná Garcia Silveira de Moraes
Professora de História e Historiadora.

19 de outubro de 2011

Cap. XXII - Concluindo o Tour

Imagino quantas pessoas se perguntaram qual o meu objetivo ao relatar a viagem no blog. Agora que cheguei ao final, não muito satisfeita confesso, pois muitas fotos não foram postadas (mesmo tendo postado mais de 180 fotos), muitas particularidades e opiniões não foram reveladas para não sobrecarregar os textos. Mesmo assim, cheguei ao final querendo ter começado, foi muito bom reviver estes momentos em cada capitulo. Por isso escrevi o tour no blog, desejei a princípio, que o leitor experimentasse minhas experiências, queria que visse o quanto a viagem foi proveitosa e valiosa.
Eu sei que todos nós fazemos nossos projetos de vida e lutamos para concretizá-los. Talvez por isso alguns não entendam o sentido do meu projeto, mas deixando de lado as comparações, este foi um projeto que idealizei por anos, planejei, sonhei durante muito tempo, era algo necessário, minha vida tinha um vago a preencher.
Ao realizar posso dizer que valeu a pena!
"Tudo vale a pena se a alma não é pequena" ( Fernando Pessoa).
A vida continua e os projetos também. Alguns outros já foram realizados e ainda há muito o que concretizar, mas viver cada dia é o que fazemos de melhor, assim percebemos as minucias em nossas proezas.
Na prática, mesmo a Europa estando em crise ( acredito que uma crise secular, vivenciamos um período de transição para uma nova ordem mundial), ela atrai turistas e pesquisadores do mundo,  é um ninho de interrogações, de princípios questionáveis, de história, de luxo e grandeza, é uma grande parte de nossas raízes.
Aos que participaram deste sonho, meus sinceros agradecimentos. 
A todos que acompanharam as postagens e estão lendo o blog, obrigada pelos minutos dedicados, escrevo porque sei que há alguém do outro lado  acompanhando, não existiria o escritor sem o leitor, nesta troca estamos todos ganhando.

Viná Moraes

Cap. XXI - Escala em Lisboa


A escala em Lisboa foi minuciosamente preparada para que pudéssemos curtir bastante a cidade durante o dia que permanecemos. 

Não nos arrependemos, mesmo estando muito cansados, o dia ensolarado e as belas paisagens de Lisboa nos encheram de disposição.

Chegamos pela manhã e fomos direto ao Castelo São Jorge. A vista do rio Tejo e da cidade já dispensa comentários.

O nome do castelo deriva do santo padroeiro dos cavaleiros e das cruzadas, feita por ordem de D João I no século XIV.

Classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de junho de 1910, sofreu importantes intervenções de restauro na década de 1940 e no final da década de 1990, que tiveram o mérito de reabilitar o monumento, recuperando-lhe o aspecto  medieval. 
Dezoito torres dão sustentação e reforço aos muros. Andamos pelas ruínas do castelo, em cada canto uma vista magnífica da cidade.


No caminho para o castelo passamos por várias lojas de artesanato, incluindo os ricos bordados, a descida pode ser de bonde até o centro do Rossio.
 
Fomos ao Mosteiro dos Jerônimos, mas antes paramos para degustar o Pastel de Belém e escolher um vinho do Porto. 

Um fragmento da  Epopéia portuguesa "Os Lusíadas", marca presença na azulejaria da cidade que brilha aos olhos não pela ostentação e luxo, mas pela forte tradição e cultura preservada.

Os portugueses que outrora colonizaram o Brasil,  ao mencionar o nosso país, deixam escapar a admiração que sentem pelo gigante da América do Sul.
 O Mosteiro dos Jerônimos deriva o nome de ter sido entregue à Ordem de São Jerônimo, nele estabelecida até 1834. Foi encomendado pelo rei D. Manuel I, pouco depois de Vasco da Gama ter regressado da sua viagem à Índia, financiado em grande parte pelos lucros do comércio de especiarias.  
 
Inclui, entre outros, os túmulos dos reis D. Manuel I e sua mulher, D. Maria I, D. João III e sua mulher D. Catarina, D. Sebastião e D. Henrique e ainda os de Vasco da Gama, de Luís Vaz de Camões, de Alexandre Herculano e de Fernando Pessoa. O monumento é considerado patrimônio Mundial pela UNESCO.

 
De frente ao mosteiro, nas margens do Rio Tejo, foi erguido o Padrão dos Descobrimentos. Com a forma de uma caravela estilizada, o monumento foi erguido para homenagear os elementos envolvidos no processo dos Descobrimentos portugueses, inaugurado em 1960.
A Torre de Belém também faz parte dos pontos turísticos às margens do rio, o monumento é rodeado por decorações do Brasão de Armas de Portugal, incluindo inscrições de cruzes da Ordem de Cristo nas janelas de baluarte; tais características remetem principalmente à arquitetura típica de uma época em que o país era uma potência global, no início da Idade Moderna. Classificada como Patrimônio Mundial pela UNESCO desde 1983.
 
Na Praça de Dom Pedro IV, no Rossio, O Teatro Nacional de Dona Maria II é um dos mais bonitos teatros de Lisboa. 
 
O elevador Santa Justa, é um belo atrativo na rua Augusta, liga a Baixa ao Bairro Alto, foi aberto em 1902, na época funcionava a vapor, e em 1907 começou a trabalhar a energia elétrica, sendo o único elevador vertical em Lisboa a prestar um serviço público. 


Feito inteiramente de ferro fundido e enriquecido com trabalhos em filigrana, o elevador dentro da torre sobe 45 metros e leva 45 pessoas em cada cabine (existem duas). Em design neogótico romântico, este elevador é definitivamente algo que você não pode perder!

No Largo do Rossio também pode-se comer pastel de nata na Casa Brasileira, ou então comer uma Bifana ( carne porco no pão ) ou Prego ( carne de boi no pão ) acompanhado com uma Imperial ( Chopp ), com tempo é claro que não dá para dispensar o famoso bacalhau.

Lisboa é um tanto quanto familiar, não há como não sentir assim, seja pela hospitalidade, pelo idioma, ou mesmo pela história.

Guimarães, o Porto, a Ilha da Madeira, Algarve, entre outros, são lugares muito interessantes de Portugal. A escala em Lisboa deixou um gostinho de quero mais, eu recomendo.


Próximo Capítulo: Concluindo o tour.

16 de outubro de 2011

Cap. XX - Paris, Paris!

A Bastilha, historicamente, é conhecida por ter sido uma prisão - assim funcionando desde o início do século XVII  até o final do século XVIII -  onde hoje está situada a Place de la Bastille ("Praça da Bastilha") em Paris. Além da nova edificação, a praça é ponto de encontro de músicos e artistas.

A Bastilha ficou conhecida também, por ter sido o palco do evento histórico a Queda da Bastilha, em 14 de Julho de 1789, o qual  está entre os fatos mais importantes do início da Revolução Francesa.

Um roteiro que pode parecer estranho ou meio gótico, são os cemitérios que também são atrativos turísticos em Paris.

O cemitério Père Lachaise é o maior de Paris e um dos  mais famosos  do mundo.
Em 21 de maio de 1804, o cemitério foi oficialmente aberto para uma primeira inumação; a de uma pequena menina de cinco anos.

Lá encontram-se os túmulos de personalidades como Oscar Wilde, Jean de La Fontaine, Eugène Delacroix, Amedeo Modigliani, Fernand Braudel, Auguste Comte, Frédéric Chopin, Jim Morrison, Allan Kardec, entre tantos outros.

A concepção do Père-Lachaise foi confiada ao arquiteto neoclássico Alexandre Théodore Brongniart  em 1803 e, desde a sua abertura, o cemitério conheceu cinco ampliações: em 1824, 1829, 1832, 1842 e 1850, passando de 17 hectares  a 43 hectares. A arquitetura, o clima, as árvores, compõem uma paisagem cinematográfica.
Um evento imperdível em Paris foi a Exposição de Monet no Grand Palais. Não conseguimos comprar os bilhetes de entrada pela internet, pois já estavam esgotados, então tivemos que enfrentar três horas de fila. A exposição continha um acervo vasto das obras de Monet, do início ao fim de sua carreira,

O Grand Palais foi concebido como um "Monumento consagrado pela República à glória da arte francesa".
Começou a ser construído em 1897 para albergar aexposição Universal de 1900. 
No dia 12 de junho de 1975, a nave central do edifício foi catalogada como Monumento Histórico, classificação que se estendeu no dia 6 de novembro de 2000  à totalidade dos 40.000 m² do Grand Palais.

 Voltamos ao Louvre para a segunda visita. Desta vez fomos para a Ala Egípcia, imperdível para pesquisadores ou simplesmente curiosos do assunto. Desde objetos domésticos a instrumentos musicais, arte e religiosos, a ala egípcia pode ser apreciada em 3,  4 horas ou mais,  dependendo do interesse do observador.


Estamos chegando ao final, penúltimo capítulo: Escala em Lisboa.

15 de outubro de 2011

Cap. XIX - O luxo de Versalhes

Bienvenue au Château  de Versailles!

O local onde o château foi construído, na época (século XVII), tratava-se de uma aldeia rural na periferia de Paris, onde hoje é a cidade de Versalhes. A Corte de Versalhes foi o centro do Antigo Regime na França de 1682 a 1789 ( ano da Revolução). O palácio é considerado um dos maiores do mundo, foi construído pelo rei Luís XIV, a partir de 1664, hoje Patrimônio Mundial. 

Na entrada do palácio de Versalhes já podemos sentir a opulência dos reis franceses. O dourado cobrindo os detalhes da rica arquitetura, o relógio em formato de sol evoca Luís XIV, o "Rei Sol" .
Sempre desejei ir em Versalhes, o palácio foi palco de vários fatos importantes da história como por exemplo a prisão do rei Luís XVI e sua rainha Maria Antonieta em 1789, guilhotinados em 1793.

No Salão dos Espelhos do palácio foi assinado o tratado de Versalhes, pelas potências europeias no encerramento da Primeira Guerra Mundial.

Com uma decoração admirável o Salão dos Espelhos foi o local  de muitas festas e bailes da familia real francesa entre os séculos XVII e XVIII.
O palácio possui 2.000 janelas, 700 quartos, 1.250 lareiras e 700 hectares de parque.

Das vidraças avistamos o famoso jardim do palácio, ao terminar a visita pelo interior do palácio, é possivel caminhar pelo grandioso jardim, é necessário algumas horas para o passeio, talvez o dia todo.

Em 1877 o palácio foi transformado em museu. Andar por este museu é oportunizar-se entrar nas particularidades da familia real francesa. O mobiliário inclusive dos aposentos são preservados na forma original de séculos passados. Muitos artistas da época foram contratados para deixar o palácio na mais perfeita sofisticação e riqueza.

Manifestações artísticas contemporâneas estão constantemente sendo expostas no palácio. No período que visitei Versalhes estava em exposição algumas obras de Takashi Murakami, um artista japonês. A exposição revelava um grande contraste com o ambiente antigo mostrando que a história está em constante transformação, nós fazemos história, nós somos a história.







Maria Antonieta, ao ter sua primeira filha, recebeu de presente de seu esposo o rei Luis XVI, o célebre Petit Trianon, um palácio de pequenas dimensões nas imediações de Versalhes, o qual a rainha fez seu novo refugio depois que o Conde Fersen teria ido para a guerra e a deixado.

Existia no Petit Trianon uma "mini-villa" campestre, onde havia vários animais do campo, uma horta. Curioso como são ainda matidos os animais e todo Petit Trianon, os  moradores fazem caminhadas, passeios, e as crianças se divertem com as ovelhas da rainha.

O declinio do reinado foi consequência dos  escândalos do interior do palácio que viraram manchetes políticas, somados ao inverno rigoroso, que destronou a produção agrícola e emergiu a população num autêntico morticínio, devido à escassez de alimentos, ao frio, à fome, e à revolução.

Versalhes é um dos pontos turísticos mais visitados da França, recebe em média 8 milhões de turistas por ano. Uma boa dica é o filme Maria Antonieta, lançado em 2006, para quem ainda não assistiu, o filme retrata a vida da rainha em Versalhes.

Próximo capítulo: Paris, Paris! 

4 de outubro de 2011

Cap. XVIII - Notre Dame e Île de La Cité

Île de La Cité, essa pequena ilha é o coração de Paris. Linda e impregnada de História, foi durante séculos o centro do poder na França. Paris nasceu pelas mãos do Imperador Júlio César, no ano 55 antes de Cristo, aonde hoje está a Ile de la Cite. 

A catedral onde em 1802 foi coroado Napoleão Bonaparte pelo Papa Pio VII, começou a ser construída em 1163. É uma catedral com  proporções imponentes, com 130 metros de comprimento, 50 metros de largura e 35 metros de altura, com capacidae de conter 9000 pessoas.













O gótico permite a ligação da terra ao céu e, no interior de uma catedral do estilo, o crente é impelido à ascensão pela afirmação constante da verticalidade, pela monumentalidade das paredes que parecem erguer-se segundo uma teoria contrária à da gravidade, tornando-as leves, deixando por elas filtrar o colorido dos grandes vitrais numa aura etérea. http://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Notre-Dame_de_Paris

O vitral do lado norte, de cerca de 1250, apresenta temas do Velho Testamento e ao centro a Virgem e o Menino Jesus.

Dentro da catedral, fica a sala do tesouro, com numerosas peças sagradas e relíquias importantes. Entre elas um fragmento da Verdadeira Cruz, a Coroa de Espinhos e o Prego Sagrado.













Em 1831 Vitor Hugo imortalizou a catedral de Paris através de seu romance : " Notre-Dame-de-Paris", que foi para as telas do cinema em 1923 e 1939 em dois filmes com o mesmo título, " O corcunda de Notre Dame". Em 1996 o romance teve uma edição animada na produção da Walt Disney.

Pietà de Nicolas Coustou

É na Île de la Cité que está também a Sainte-Chapelle, visita imperdível, uma das maiores obras-primas arquitetônicas do mundo e que na idade média era considerada um portão para o céu. Foi construída por Luis IX, supostamente para abrigar a coroa de espinhos de Cristo que o soberano tinha comprado em 1239 a Veneza.

 A igreja superior tem 17 metros de largura e 20 metros de altura, os vitrais são um grande destaque, com 15 metros de altura e 1134 cenas, pertencem ao século XIII e representam, com cores muito vivas, as cenas da Bíblia.

São duas capelas góticas sobrepostas, a igreja inferior tem apenas sete metros de altura com decoração policromática.

degustando um Crepe.
metrô de Paris





museu d'Orsey
Nosso último programa do dia foi um paseio pelo rio Sena. Saímos de frente ao museu d'Orsey e fomos até a Torre Eiffel. O passeio é magnífico, vimos os primcipais pontos turísticos da cidade .






A Ponte Alexandre III e alguns pormenores de sua rica decoração.
É possível passear pelo rio Sena num jantar com música ao vivo.
A Ponte Alexandre III.




Chegamos na Torre e ainda ficamos curtindo um pouco o clima do lugar. Paris é um esplendor!

Próximo capítulo: O luxo de Versalhes.