19 de julho de 2011

Desabafo de Professora

  
Iniciamos mais um semestre letivo, é o momento de nós professores  revisarmos o que deu certo ou não em nossa prática docente.

Participamos de  reuniões pedagógicas que parecem ter a intenção de nos entregar uma porção mágica para cada dificuldade, um idealismo perfeito,  então nós professores, após a injeção de ânimo, repletos de otimismo e  coragem, vamos para a  sala de aula como He Man ou She Ra, verdadeiros guerreiros mágicos.

Atitudes assim, com o tempo nos transformam em  professores deprimidos e melancólicos, pois nem sempre a  porção mágica  funciona como deveria, percebemos que somos simplesmente humanos, enxergamos a verdadeira condição de professores na vida de nossos alunos onde  não podemos assumir sozinhos a missão de educar-ensinar.

Sabemos que é preciso uma orientação familiar amorosa e dedicada,  perguntamos onde está a família do aluno, quem é o responsável que o trouxe a escola e que o acompanha na vida?

A família não visita a escola, ou então diz não ter tempo devido à carga de trabalho e a rotina.

Procuramos o orientador, o supervisor,  o diretor, alguém para assumir conosco esta missão. Parece que estamos sozinhos, dividindo com outros  professores as carências e dificuldades de alguns alunos, os avanços e sucesso de outros, as cobranças por não ter funcionado a porção mágica.

Nem sempre chegamos ao final do ano com o resultado esperado pela  família ausente e pelo sistema encantado, então o professor é cercado por questionamentos as vezes até desrespeitosos, e ainda perguntam por aí por que as faculdades de licenciaturas estão ficando vazias.

Viná Moraes

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