23 de março de 2011

Conceituando o Processo Histórico

Tudo o que acontece conosco ou ao nosso redor decorre de ações ou omissões. É o que podemos definir como causa e efeito. Nesse sentido, todo o efeito provém de uma causa, um motivo.

Portanto, é imprescindível se fazer saber que o mundo não se transformou em mundo a partir do momento que se nasce. Anteriormente a esse fato houve um conjunto de acontecimentos que foram moldando o mundo, a sociedade, as pessoas, até que se resultasse no mundo do momento presente que, inclusive, perpetua a sua dinamicidade. Porém, isso não significa afirmar que a História é modelada linearmente como se os acontecimentos seguintes fossem possíveis de serem previstos ou como se sucedessem mecanicamente.

A História segue seu percurso por meio de ações humanas interligadas no tempo e em cada espaço específico, ou seja, ela é um processo em construção paralela. Segundo Bezerra (apud. KARNAL. 2008, p. 43) “o passado humano não é uma agregação de ações separadas, mas um conjunto de comportamentos intimamente interligados, que têm uma razão de ser, ainda que na maioria das vezes imperceptível para nossos olhos”.

Aos acontecimentos do passado atribuímos o termo “fato histórico”. Sendo assim, o “processo histórico” é constituído por vários fatos que dão vida à História. É como se comparássemos a Históra a uma colcha de retalhos, onde cada retalho (fato histórico) interligado a outro dá forma à colcha (História).

Holien Gonçalves Bezerra destaca que:

A História, concebida como processo, busca aprimorar o exercício da problematização da vida social, como ponto de partida para a investigação produtiva e criativa, buscando identificar as relações sociais de grupos locais, regionais, nacionais e de outros povos; perceber as diferenças e semelhanças, os conflitos/contradições e as solidariedades, igualdades e desigualdades existentes nas sociedades; comparar problemáticas atuais e de outros momentos, posicionar-se de forma crítica no seu presente e buscar as relações possíveis com o passado. (Bezerra apud. KARNAL. 2008, p. 44).

Nota-se, dessa maneira, que a compreensão do passado é uma atividade que beneficia o agente histórico que o investiga, possibilitando a este uma nova dimensão acerca da concepção de mundo e do ser humano, bem como é capaz de aprimorar as suas relações com o primeiro e o segundo de forma consciente no momento presente e numa perspectiva para o futuro.

(Professor Josimar)

REFERÊNCIA:
KARNAL, Leandro. História na Sala de Aula: conceitos, práticas e propostas. 5.ed. São Paulo: Contexto, 2008.

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